Ana Cristino (1973) was born in Leiria and moved to Coimbra to pursue academic studies in 1991. She became a single mother in early 1994, and she could only go back to college in 2006 to finish her studies. She now holds a pre-Bologna Degree in Modern Languages and Literatures (Portuguese and English Studies) and a Specialization in Translation, and she has completed three-year study of Italian language. Languages and writing have always been her passion, and translation makes it possible to work with both. So, after 15 years working for several tax offices, at the end of 2010 she took a leap of faith and started a new career. She now works as a freelance translator and proofreader. She translates from English, Italian, French, and Spanish into Portuguese. Currently, she is also working with subtitling. Ana shares her life with her son, three amazing cats and a handful of true friends. She is a very reserved person and avoids the spotlight at all costs. Besides translation, her dream is writing, and one day she will also take that leap of faith and try to be published.

Ortensio

Ele pensa que o mundo é feito de linhas. Não são paralelas, não lhe  importa onde vão encontrar-se. Importa o espaço que as separa, aquilo que  o preenche, o que nasce e o que morre no tempo que as contém, imutáveis  e imaginárias, na solidão de quem as observa.  É uma linha o horizonte que divide o céu do golfo de Santa  Eufémia. Muitas vezes, se o pôr do Sol é límpido, o Stromboli parece mais  próximo. Surge como uma pirâmide quase negra, do cume nasce um ténue  fumo cinzento que Ortensio distingue a custo. É uma linha, aquela  formada pelos seixos que, na margem, antecedem a linha de rebent...
Translated from IT to PT by Ana Cristino
Written in IT by Maurizio Amendola

Residence

Apartamento 11  O MENINO  Aquele menino, olhai bem para ele.  Todos os verões, aquele menino tem mais um ano.  Todos os verões, o castanho dos seus cabelos é aclarado pelo sol num  vermelho ténue, de reflexos claros. Todos os verões, de manhã, enche os  pneus da sua BMX e pedala dentro da Residence, ao longo do muro de  pedra atrás do qual se esconde e espia os da sua idade escoicear uma bola no  campo de terra batida. Gritam palavrões de todo o tipo. Palavrões que o menino nunca disse.  A Residence é composta por dois pequenos edifícios de três pisos,  idênticos. Um o reflexo do outro. A div...
Translated from IT to PT by Ana Cristino
Written in IT by Maurizio Amendola

O Império Romano em 100 Datas

9  11 de setembro. No final de uma sangrenta batalha que durou mais de três  dias na floresta de Teutoburgo, na Alemanha Setentrional, três legiões  romanas inteiras, comandadas pelo governador Públio Quintílio Varo, são  aniquiladas por uma coligação de populações germânicas chefiada por  Armínio, chefe da tribo dos Queruscos. O choque que a notícia provoca  em Roma é enorme: na sequência da derrota, Augusto decide evacuar  todos os territórios compreendidos entre o Reno e o Elba, conquistados  por Druso e depois por Tibério (os filhos da mulher, Lívia, nascidos do  primeiro casamento com Ti...
Translated from IT to PT by Ana Cristino
Written in IT by Fabio Guidetti

Bárbaros no Império Romano

Porque caiu o Império Romano? Esta pergunta atormentou a civilização  europeia em toda a sua história, a par (de modo por vezes explícito, por  vezes subentendido) com a reflexão sobre as consequências que aquele  acontecimento longínquo tem no presente. Impressionados pelas ruínas  monumentais de Roma e instruídos sobre a sua herança imaterial, olhámos  com admiração as suas conquistas económicas, tecnológicas e culturais: e  perguntámo-nos qual teria sido a evolução da civilização ocidental se a  queda do Império não tivesse modificado as condições individuais de vida  e redimensionado drast...
Translated from IT to PT by Ana Cristino
Written in IT by Fabio Guidetti

Como pode medir-se o tempo?

Como pode medir-se o tempo? É possível compreender verdadeiramente esta categoria do pensamento e da realidade, que nos escapa continuamente no preciso momento em que procuramos compreendê-la? No nosso mundo, no qual relógios e calendários estão acessíveis em poucos segundos a quem quer que seja, é difícil imaginar o que significaria viver sem saber o momento, a hora, o dia em que se estava. Ainda nos tempos dos nossos avós, apenas os mais ricos e os mais instruídos podiam ler um jornal e ter um relógio de bolso: para aqueles que viviam e trabalhavam no campo, a perceção do passar do tempo era...
Translated from IT to PT by Ana Cristino
Written in IT by Fabio Guidetti